terça-feira, outubro 11, 2005

E AGORA, UMA CANÇÃO

Era alta madrugada, já cansado da jornada, eu voltava pro meu lar
Quando apareceu no escuro, me encostando contra o muro, um ladrão prá me assaltar
Com o revólver no pescoço, eu expliquei pro moço, tenho filho prá criar
Sou arrimo de família, leva tudo, me humilha, mas não queira me matar

Ave Maria aleluia, ave Maria

Mas o homem sem piedade, um escravo da maldade, começou me maltratar
Pra ver se eu tinha medo, antes de puxar o dedo, ele me mandou rezar
Eu nunca tinha rezado, eu que era só pecado, imploreri por salvação
Elevei meu pensamento, descobri neste momento, o que é ter religião

Um clarão apareceu, minha vista escureceu, e o bandido desmaiou
E morreu não teve jeito, com uma flechada no peito, sem saber que atirou
Nesta hora agente grita, berra, chora e acredita, que o milagre aconteceu
De joelho na calçada, peguntei com voz cansada, quem será que me atendeu

Já estava amanhecendo, a alegria me aquecendo, quando entrei na catedral
Cada santo que eu via, eu de novo agradecia, e jurava ser leal
Vejo o santo de passagem, não me toque nas imagens, me avisou o sacristão
Pois lá ninguém explicava, uma flecha que faltava... na imagem de São Sebastião